José Antonio da Silva
A exposição de José Antonio da Silva, uma viagem no tempo, apresentou a rica trajetória artística desse pintor, destacando sua habilidade em capturar a vida rural que estava fadada ao desaparecimento. Suas obras, verdadeiros documentos históricos, imortalizaram a simplicidade e a poesia da vida rural no Brasil do passado.
A Coleção Imaginária de Paulo Kuczynski
Em homenagem aos mais de 50 anos de carreira do marchand Paulo Kuczynski, o Instituto Tomie Ohtake convida o curador Jacopo Crivelli Visconti a fim de propor um percurso instigante pela trajetória da "Coleção Imaginária" de Paulo Kuczynski", reunindo algumas das obras mais extraordinárias que foram comercializadas pelo galerista nas últimas cinco décadas. Com mais de duzentos trabalhos expostos, incluindo nomes como Alfredo Volpi, José Pancetti, Lasar Segall, Ismael Nery, Frans Krajcberg, Lygia Clark, Wesley Duke Lee, lone Saldanha, Adriana Varejão, Mira Schendel e Maria Martins, a Coleção Imaginária de Paulo Kuczynski alinha diferentes períodos e expressões da arte brasileira, permitindo vizinhanças e aproximações inesperadas e extremamente fecundas.
Tarsila do Amaral
Estamos para comemorar 100 anos da Semana de Arte Moderna e 200 anos da Independência. Somos de fato modernos e independentes? Esta exposição,
que não pretende responder a nenhuma das perguntas, quer observar de perto, através de duas obras, um momento, este sim, decisivo e transformador, entre o final da década de 1920 e início dos anos 1930. Como o turmoil no mundo, no Brasil e na própria vida deTarsila modificou o olhar da nossa maior artista modernista? Da bucólica recordação da infância em Paisagem com dois porquinhos até o sofrimento humano estampado em Segunda Classe passaram-se apenas 3 anos, e já é outra a visão do mundo, outra pintura, na mesma artista.
Oswaldo Goeldi
A exposição Goeldi, realizada em 2019, apresentou uma coleção de 62 obras originais do artista, compreendendo xilogravuras, desenhos e aquarelas que mostram temas típicos da poética do artista: os pescadores, as tempestades, terrenos baldios, como também as obras da série A Morte e de A Guerra. A coleção foi formada por Günther e Lygia Pape e, por terem tido uma próxima relação de amizade com Goeldi, a escolha das obras é encoberta por diversas camadas de significados e sentimentos, os quais apenas intuímos.
Frans Krajcberg
A mostra “Frans Krajcberg: A Natureza como Atelier” foi composta por 25 obras realizadas desde o início dos anos 1960 até o final da década de 1980. Entre os destaques, uma pintura e uma escultura em madeira queimada exibidas na Bienal de 2016 e uma “Bailarina” solitária, cercada de trabalhos bastante raros, de fases menos conhecidas do grande público, como os “Relevos” de minerais colados sobre painéis de compensado, realizados em 1961, em Ibiza, na Espanha, quando o artista ainda dividia morada entre o Rio de Janeiro e Paris; ou os “Relevos”, em papel artesanal, pigmentos e areia, produzidos já na década de 1970, quando decide se estabelecer definitivamente em Nova Viçosa, na Bahia. Sobre os relevos — de folhas de palmeira, areia da praia e minerais —, o crítico carioca Frederico Morais diria: “Krajcberg não inventou o relevo, mas terá sido o primeiro a criar relevos a partir de uma relação direta com a natureza.”
Alfredo Volpi
“Volpi: uma homenagem” (2015) foi uma mostra retrospectiva com 24 obras em têmpera sobre tela, cinco delas nunca antes expostas ao público. As obras eram, de uma maneira geral, bastante representativas das diferentes fases do pintor ítalo-brasileiro, em especial uma marinha de Itanhaém do final da década de 1930, uma fachada de casas da década de 1950, um São Benedito e uma Santa Luzia, do início dos anos 1960, além de uma composição de bandeirinhas do final dos 1960, evidenciando o caminho traçado pelo artista em direção a um abstracionismo geométrico. A exposição apresentada ao público foi resultado de quatro anos de busca por obras de grande importância do artista e contou com um projeto expográfico de Pedro Mendes da Rocha e com um catálogo assinado pelo crítico Paulo Venâncio Filho.
Di Cavalcanti
A exposição exibiu apenas nove obras, realizadas por Emiliano Di Cavalcanti (1897-1976) entre as décadas de 20 e 40 e pinçadas por Kuczynski ao longo de três anos em coleções particulares. As obras apresentadas fazem parte do período mais significativo da carreira do pintor, um dos expoentes da Semana de Arte Moderna na cidade de São Paulo, em 1922. Algumas peças nunca haviam sido expostas ao público. Caso do óleo “Descanso dos Pescadores”, presenteado ao romancista paraibano José Lins do Rego pelo próprio artista. Vale apreciar as formas geométricas de outra inédita, o pastel sobre cartão “Bordel”. Um mistério, por sua vez, envolve a aquarela “Poeta com Flor”, feita para ilustrar um poema de Oswald de Andrade numa revista. A montagem teve cenografia de Pedro Mendes da Rocha, e o poeta Ferreira Gullar assinou o texto do catálogo.
Cildo Meireles
A exposição Enigmas Instantâneos, realizada em 2018 pelo Escritório de Arte Paulo Kuczynski, expôs obras inéditas de Cildo Meireles, ícone da arte contemporânea brasileira, apresentando importantes trabalhos produzidos nas décadas de 1970 e 1980, mesclando o caráter político e jocoso, característicos do artista. O texto do catálogo da mostra foi de autoria do crítico Paulo Venâncio Filho e o projeto expográfico assinado pelo arquiteto Pedro Mendes da Rocha.
Hélio Oiticica
Em 2006, a galeria realizou a individual HO, de Hélio Oiticica, exibindo dez Parangolés Capa criados em 1979 para o Festival de Recife, quando Oiticica apresentou sua última performance. Paralelamente à exposição, a galeria promoveu o lançamento do catálogo que contou com um texto inédito do crítico britânico Guy Brett: "Buscando inspiração tanto no aristocrático quanto no popular, as Capas do Parangolé são, ao mesmo tempo, mantos e farrapos", escreveu.
Oswaldo Goeldi
Este livro é resultado de um meticuloso estudo produzido por Noemi Ribeiro, pesquisadora independente em história da arte. Nele, Noemi se debruça sobre as obras de Oswaldo Goeldi que faziam parte da coleção de Gunther e Lygia Pape. Günther e Goeldi eram amigos íntimos, e essa amizade reverberou nas escolhas das obras, encobertas por diversas camadas de significados e sentimentos de que só podemos ter uma intuição. Os originais do artista, que o amigo adquiriu no registro ainda úmido da tinta sobre papel japonês, ou do nanquim sobre papel de algodão, refletem o resultado quase milagroso da absoluta constância e dedicação de Goeldi à sua arte.